Marco Aurélio, o vilão que virou galã favorito de ‘Vale Tudo’
Personagem vivido por Alexandre Nero está longe de causar repulsa no público do folhetim

Em sua primeira noite de amor com Marco Aurélio, Leila revela que, enfim, pela primeira vez na vida, descobriu o que é o orgasmo. O personagem interpretado por Alexandre Nero em Vale Tudo vira para seu novo par romântico, vivido por Carolina Dieckmann, e diz que ela não vai embora nunca mais. Que traga suas coisas para o apartamento dele e fique ali para sempre. A cena romântica e sensual provocou reações divertidas nas redes sociais. “Deus me perdoa, pois hoje conheci a inveja”, escreveu uma usuária do Instagram, prontamente republicada por Nero, que se diverte com os fãs nas redes sociais.
O ator paranaense vem defendendo com louvor o papel que foi de Reginaldo Faria na versão original da novela, em 1988. Naquela época, Marco Aurélio também exalava charme e presença em cena. Era um pai atencioso. Mas um pilantra de mão cheia que ama dinheiro. O mesmo acontece com o Marco Aurélio dos dias de hoje, porém, com pitadas extras de humor e carisma.
Há quem questione a faceta boazinha do personagem, que trata mal funcionários, desvia dinheiro da empresa e acha estranho a irmã ser casada com outra mulher. Seres humanos, porém, são complexos – e ao contrário de vários personagens deveras maniqueístas da novela, como a super-honesta Raquel ou a exageradamente fria Maria de Fátima, Marco Aurélio transita por todas as possibilidades e se dá a chance de aprender e mudar.
Após se apaixonar por Leila (que, aliás, era namorada do primo dele, logo, Marco Aurélio merece o título de talarica), o diretor da TCA até falou bom dia para as secretárias – núcleo que brilha com uma comicidade dosada das atrizes Belize Pombal (Consuêlo) e Karine Teles (Aldeíde). A felicidade era tanta que ele nem humilhou como de costume seu fiel assistente, o Freitas, outra ótima adição de Vale Tudo com o humorista Luis Lobianco.
Dias antes, o antiherói já vinha amaciando a plateia ao se encantar pela filha adotiva de sua irmã, Cecília (Maeve Jinkings), com a esposa Laís (Lorena Lima). A VEJA, Maeve disse que a interação entre eles era um ponto relevante da nova versão, que não ocorria em 1988. “Elas são uma família, e ele vai assimilar isso”, disse a atriz sobre a dificuldade do vilão de entender o casamento homoafetivo da irmã. Em uma novela repleta de rostinhos bonitos (e alguns corações bons), Marco Aurélio, quem diria, colocou os outros galãs no bolso – assim como ele gosta de fazer com notas de dólar.